Finalmente hoje! Hoje finalmente não consegui
conter o choro e o desespero dessa nova vida, não é algo familiar, eu nunca fiz
isso antes. Foram três anos vivendo uma correria para conseguir ser uma excelente
funcionária, aluna e mãe. Não foi fácil! E quando digo que não foi fácil estou
me referindo a deixá-la para ir trabalhar e estudar, o medo e angústia me
acompanhou durante os primeiros meses, mas acabei me adaptando a essa nova
vida.
E com essa rotina agitada após o
nascimento da Cecília o meu horário de almoço tornou-se mais cansativo, porém
muito mais prazeroso. Apesar de gastar uma hora do meu almoço com a ida para
casa e a volta para o serviço, eu passava todos os minutinhos que me restavam
ao lado da minha pequena, amamentando-a, embalando-a e vibrando muito quando
ela me mostrava uma nova descoberta um novo avanço.
É como
dizem: "a gente passa a viver em prol de outra pessoa."
E confesso que esse foi um grande
desafio depois de três anos nessa rotina jogar tudo para o alto e começar de
uma forma diferente, de uma forma que nós (Eu e a Cecília) nunca vivemos.
Travei uma grande luta comigo
mesma, parte de mim quer se dedicar ao trabalho a minha carreira e outra parte
quer ser mãe (UMA MÃE PRESENTE - Presente para dar beijinhos que curam,
presente para ajuda-lá a pegar no soninho, presente para ensinar as atividades
escolares, presente para conseguir arrumá-la para a escola e poder se despedir
ao deixá-la na porta da escola).
O tempo nunca dá trégua, os dias
correm rápido demais e quando nos damos conta, eles já estão concluindo o ensino
médio, cursando uma faculdade e tantas outras infinidades.
ABANDONANDO MINHA CARREIRA
Estava no emprego dos sonhos, eu
não queria estar em nenhum outro lugar antes de passar por ali, antes de
adquirir conhecimentos naquela empresa... Após três anos de tentativas, de
várias atualizações no currículo, muitos cursos concluídos e depois de um longo
processo seletivo, consegui minha tão sonhada vaga. Completando dois meses, ainda
no período de experiência, fui convidada a uma reunião onde fui pega totalmente
de surpresa. Era uma proposta de promoção. Maior felicidade do que ter o meu
trabalho sendo reconhecido, impossível.
Porém a todo momento eu sentia que
faltava algo, eu estava me realizando profissionalmente mas como mãe eu não
estava realizada, me sentia cada dia mais distante. E sentindo uma enorme
necessidade de aproveitar todo o tempo que perdemos (3 anos). Por isso, resolvi
abandonar tudo para cuidar da minha maior missão que é ser MÃE.
O QUE TEM SIDO UM GRANDE DESAFIO
Tudo! Completamente tudo! Às vezes
bate aquele desespero por não estar trabalhando. É difícil sair da zona de
conforto, sair da rotina e da mesmice. Até por que eu gostava da minha mesmice,
da minha independência financeira. Eu nunca me imaginei dependente de quem quer
que fosse, até abominava quando via como minha mãe vivia (como ela resolveu
viver pelos filhos)... Quando não se trabalha se você precisa de um creme para
o cabelo você precisa pedir, se precisa de absorvente você precisa pedir, se
precisa de qualquer coisa que envolva dinheiro, você precisa recorrer ao seu
esposo quando não se tem uma renda.
Tinha outras opções para minha
mãe? Claro! E ela foi atrás de todas.
Revendia cosméticos, rendia
produtos do baú. Foi suficiente? Não foi e não é, quem trabalha com isso sabe
as dificuldades que encontra. A porcentagem é pouca e ainda tem as amiguinhas
caloteiras que querem andar bem arrumadas, mas na hora de pagar, inventam
desculpas... O que acaba acontecendo? Tem que tirar da pequena porcentagem ou
do próprio bolso a depender de quantos calotes levar.
Sempre tive medo de depender
financeiramente de alguém, quando completei meus 18 anos, já havia encerrado o
ensino médio e não encontrava emprego, pois todo lugar pedia experiência, eu
ficava no quarto boa parte do tempo eu sentia vergonha de estar em casa após os
18 anos dependendo 100% dos meus pais, sentia mais vergonha ainda se precisava
pedir alguma coisa. Já sabia bem a adulta que eu queria me transformar... INDEPENDENTE!
Não importava com o que eu iria trabalhar,
eu queria apenas trabalhar e ter o meu próprio dinheiro.
O QUE ME DEU MAIS FORÇA PARA DECIDIR MUDAR
A necessidade da minha presença
que eu percebi notando alguns comportamentos da minha filha, como grosseria,
nervosismo, egoísmo com os brinquedos e dengo (que surgiu após a minha separação). Isso tudo unido ao fato de minha cabeça ficar martelando o
quanto minha mãe se sacrificou para cuidar de mim e dos meus irmãos por muitos
anos. Eu mentalizava uma espécie de balança de um lado esse sacrifício dela, eu
queria e me sentia na obrigação de proporcionar o mesmo a minha filha, mas de
outro lado a dificuldade que minha mãe passou para viver somente após o nosso
crescimento (dificuldade em entrar em uma faculdade devido ao grande tempo sem
estudar e dificuldade em retornar ao mercado de trabalho).
Erros? Sim! Muitos!!! Estou longe
da perfeição. Mas carrego a certeza:
"Eu não
nasci para ser mãe, mas definitivamente me tornei uma e me empenhei e me
empenharei todos os dias para ser a melhor mãe."
Estou muito mais feliz
desempenhando o papel de mãe, mas buscando e estudando alternativas para
conseguir trabalhar de casa (home office) ou apenas em meio período. Assim que
eu encontrar algo que tenha muito a ver comigo volto aqui para contar tudo.
Pensando nas mamães que trabalham
(por opção ou não) encontrei na internet um dos textos mais lindos que já li em
toda minha vida, chorei muito... quase não consegui ler até o final. rsrs
É o texto de uma mãe que é
questionada pela sua filha de 08 anos se o amor pelo seu trabalho é maior que o
amor por ela e seu irmão. A resposta dela para a pequena Chloe é de emocionar:
Querida filha, é por isso que eu trabalho.
Confira a resposta no link abaixo: